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Arquitetos: Sánchez Gil Arquitectos; Sánchez Gil Arquitectos
- Área: 30000 m²
- Ano: 2012
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Fotografias:Montse Zamorano
Descrição enviada pela equipe de projeto. O projeto refere-se a um edifício administrativo que abrigará a sede da delegação e os serviços da Junta de Castilla y León, em Salamanca, com o intuito de melhorar o desempenho, reduzir custos e simplificar a manutenção.
O edifício está situado em um bairro residencial periférico no leste da cidade, em um terreno trapezoidal íngreme, cercado em dois lados por um longo paredão com aberturas, proveniente dos edifícios habitacionais pré-existentes no perímetro. Em sua parte inferior, ao sul, faz fronteira a um parque público e com uma rua a partir da qual é realizado o percurso do pedestre e de veículos.
Decidiu-se projetar um edifício isento que potencialize sua natureza, alcançando ótima funcionalidade e flexibilidade. O edifício é alinhado a rua e ao parque e separa-se das moradias estabelecidas através de um jardim perimetral que serve como uma barreira vegetal, capaz de melhorar a vista e a privacidade dos usuários, além da imagem urbana do conjunto. No extremo sul situa-se uma creche e um auditório, que como um jardim esculpido renuncia a sua presença criando um jogo de volumes e pátios subterrâneos que evitam competir com o grande volume do bloco administrativo.
O edifício é composto por uma base em concreto preto, no nível da praça de acesso, usada para resolver o desnível existente. Nesta base são abrigados os usos complementares, como creche, auditório, salas multiuso, lanchonete e estacionamento. Acima, situa-se um volume branco destinado ao uso principal administrativo, em formato de 'L' com 2 e 4 plantas, ele abraça a praça de acesso, que serve como espaço de convívio para a cidade e preludio para o edificio.
A proposta expressa leveza e horizontalidade optando por um sistema de lajes de concreto branco ajardinadas empilhadas sobre a base de concreto escuro texturizado. O fechamento em vidro da ao edifício um caráter etéreo, onde a estrutura horizontal é a protagonista. As lajes ajardinadas protegem as áreas habitáveis de insolação direta e melhoram as condições de habitabilidade, privacidade, e conforto visual, reduzindo gastos energéticos. As fachadas do escritório são resolvidas com vidros de cores variáveis e transparência utilizando vidros transparentes e piramidais em duas direções, o que da tensão a esta superfície.
Uma malha quadrada (M=7,2m) ordena o desenvolvimento do edifício. A distância entre os pilares ajusta-se a modulação projetada, 7,20m x 14,4m (1M x 2M), criando uma estrutura única de grandes vãos e vistas através dos terraços ajardinados que a equilibram. A fachada que se divide em submódulos de 0,9m com ritmo 1-2-1, permite mudança na distribuição, previsível neste uso administrativo.
O edifício, de modelo claustral, organiza-se em torno de três pátios, um menor (2M x 3M) situado no corpo de acesso, coberto no piso térreo com uma grande claraboia, definindo o lobby, e outros terraços que estruturam o corpo elevado (3M x 4M). É proposta circulação anular em torno dos mesmo, de modo que os escritórios com vidros opacos, são dispostos no perímetro exterior, enquanto as áreas administrativas diáfanas e envidraçadas se voltam aos pátios, que fornecem amplitude e luminosidade a circulação. Nos cantos internos, enquadrando as áreas administrativas, estão dispostas as áreas molhadas e núcleos de comunicação do edifício, que são compostos por volumes compactos aplacados com pedra de Calatorao grandes reforçando sua condição e organização do espaço.
Destaca-se, em particular, a sequência espacial produzida em torno do acesso e hall de entrada, o verdadeiro representante das circulações do edifício onde as transparências, uma sequência de vazios e uma singular claraboia piramidal de pé direito duplo configuram uma rica experiência espacial para o visitante.